…ontem fui ver-te, de novo, numa performence em que aparecias irreconhecível, para os outros…eu, tua mãe vi aquelas mãos e toda a postura física e reconheci-te de imediato, debaixo daquela máscara.
Eras ali uma mulher velha, figura extraordinária, entre o cómico e o sério.
A tua máscara não escondia uma linguagem corporal perfeita, uma expressividade comovente e forte. Eras tu.
A música que escolheste, a Piaf, o Brel, a música francesa que ouvíamos em casa em discos de vinil e que agora são pertença tua.
Uma emoção sem limites ao olhar-te, numa peça dentro daquela peça, pedaços de momentos vividos por ti, por nós.
Que dizer-te? És toda tu uma actriz, de corpo e alma, inteiros.
Eu, tua mãe, sinto um orgulho desmedido e um respeito enorme por ti, pelo teu trabalho, pela tua escolha difícil, por tudo aquilo que és, como mulher inteira…admiro-te muito, filha minha.
…e naquele final de tarde, numa EVOÉ cheia, debaixo de uma calor tórrido e com o corpo a escorrer, os meus aplausos foram para ti.
Aplausos!
(…aplausos para todos os actores das performances de ontem, pelo trabalho divertido, empenhado e profissional. Viva o Teatro. Aplausos!!!)
Até breve