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Saturday, November 21, 2015

Tanto tempo depois...


Leio e releio o teu post...tanto tempo depois.

Mil respostas interiores e que ficaram todo este tempo no silêncio de mim.
 
Ser tua mãe e ver-te inteira nos teus projectos; nas tuas aulas de teatro, nas tuas peças, no mestrado em que foste aceite com nota brilhante, na tua maternidade feliz, na tua vida tão cheia...
Ser tua mãe e ver-te atenta ao Mundo e a tudo o que te rodeia e te preocupa, porque não compreendes ou não aceitas a maldade e a desumanidade.
Ser tua mãe e olhar-te com orgulho, por te saber assim como és, inteira e digna.

Releio-te muitas e muitas vezes.
 
O tempo é uma vertigem e eu paro cada vez mais para...pensar.
As escritas ficaram paradas, tenho-me limitado a ouvir, sentir, olhar e...ver.

Tantas coisas aconteceram: viagens: outros sítios, outras culturas, outro respirar...
Parar para absorver.

Olhar o Mundo e vê-lo cada vez mais pequeno, mais próximo e também mais afastado. Este Mundo em permanente convulsão e cheio de contradições mortais.
A nossa cidade maravilhosa ferida de morte e os outros lugares, que não nos sendo afectivamente tão próximos, são igualmente maltratados e arrasados. A fúria do homem em todo o seu horroroso esplendor.
Estranho mundo este em que estamos a viver.

Vou deixar-te aqui uma sugestão de um livro, que foi ontem lançado, cujo título me convoca e me pede com urgência para lê-lo. Trata-se do livro: "MENOS QUE HUMANOS" de Nuno Rogeiro.
O título diz muito. A foto de capa também.
É urgente sabermos mais e mais desta migração de gentes, deste tráfico de pessoas, deste negócio obscuro e desumano à vista de todos.
É um crime humanitário a que assistimos da janela do nosso conforto.


Deixo-te o livro.

Até breve
Isabel